Caiu e o dente quebrou? O Que fazer?
- bucovinicius.com/blog
- 26 de fev. de 2020
- 2 min de leitura

Os traumatismos dentários são muito comuns durante a infância e adolescência, mas podem ocorrer em qualquer idade, e são causados principalmente por quedas, batidas, acidentes automobilísticos e maus-tratos. Eles constituem um problema estético-funcional e psicológico, podendo ser considerado uma situação de urgência especial, não só pelos problemas dentários e suas repercussões futuras, mas também pelo envolvimento emocional do paciente e dos seus acompanhantes.
Após um traumatismo dentário é muito importante manter a calma, procurar imediatamente o seu cirurgião-dentista, informá-lo sobre o trauma sofrido (Como? Onde? Quando?), idade do paciente, relatar ao profissional seu histórico de saúde, os medicamentos dos quais faz uso, se possui alguma alergia e os sintomas gerais. Em caso de sinais e sintomas como náuseas, vômito, cefaleia, amnésia e sangramento nasal deve-se procurar o serviço médico mais próximo, pois esses podem indicar a ocorrência de traumatismo craniano.
Cabe ao cirurgião-dentista realizar o exame clínico e prescrever os exames radiográficos necessários para chegar a um diagnóstico e plano de tratamento adequado. Dependendo da lesão traumática, o tratamento imediato pode incluir: sutura dos lábios e gengiva, reposicionamento do dente, contenção, restaurações provisórias ou definitivas, tratamento de canal, reimplante e exodontia (extração).
Os traumas dentários podem ir desde uma trinca (superficial) até uma fratura que exija sua restauração ou tratamento de canal. Nos casos em que o dente sai da sua posição original (deslocamentos), os tratamentos variam desde não fazer nada e aguardar a recuperação até a instalação de aparelho ortodôntico ou reposicionamento manual e contenção. A decisão dependerá, dentre outros fatores, do diagnóstico.
Os casos denominados de avulsão ocorrem quando o dente sai da arcada dentária, sendo muitas vezes encontrado no chão, engolidos ou aspirados. Quando o dente permanente é encontrado, há a possibilidade de ser reimplantado por um profissional, após avaliadas suas condições. Para isso, aconselha-se armazená-lo em saliva, soro fisiológico ou leite e levá-lo até o profissional. Lembrando que quanto mais rápido isso for feito (primeira hora do acidente), melhores serão as chances de um tratamento ser bem sucedido.
Após o tratamento, o paciente não deve morder na região, deve ingerir alimentos pastosos, remover o hábito de sucção de dedo, chupeta e mamadeira (se houver), manter a área limpa (higiene com gaze e solução a base de clorexidina ou outro bochecho prescrito), e assim que possível retornar a escovação. O profissional irá ainda avaliar a necessidade de reforço da vacina antitetânica ou o uso de outras medicações.
Além disso, deve-se ficar atento às repercussões futuras para o dente traumatizado, e
para o sucessor permanente no caso de traumatismo no dente decíduo (de leite). São de fundamental importância os acompanhamentos e retornos ao cirurgião-dentista, que dependerão da extensão e gravidade da lesão, assim como a faixa etária do paciente. As sequelas nos dentes decíduos e permanentes após o trauma variam escurecimento do dente, necrose pulpar com formação de abscesso, calcificação do canal com dente amarelado, reabsorção interna, hipoplasia do esmalte até alteração da erupção do dente.
Ainda com todos os tratamentos e cuidados, há riscos de perda do dente. Mas não se preocupe. Existem opções terapêuticas como os implantes dentários. Tenha sempre consigo o contato de um profissional com experiência e em quem você confie.
Vinícius Florentino
Buco-maxilo-facial e implantes dentários
CRO - PE 9319
*Este artigo contou com a colaboração de
Katarina Cavalcante de Alencar
Acadêmica do 9º período de Odontologia - ASCES/UNITA - Caruaru, PE
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